O perigo não é direto, mas é real. Pelo menos é o que diz a nova avaliação do Instituto Chico Medes (ICMBio) sobre a situação das corujas que ocupam um terreno em Jurerê Internacional, no Norte da Ilha. Nesta segunda-feira, moradores do bairro denunciaram que o trabalho de operários no local estaria colocando em risco a vida dos animais.
Após receber a denúncia dos moradores, técnicos do ICMBio estiveram no terreno que fica ao lado do Parador P12 e pertence a Construtora CSL. Após a vistoria, eles não identificaram nenhuma das nove tocas comprometidas, mas explicaram que a colocação dos tapumes cercando o terreno, bem como os procedimentos que irão começar ali dentro, podem sim colocar em risco as corujas.
A nova avaliação do ICMBio será encaminhada para o Ministério Público Estadual (MPSC) e anexado a um procedimento preparatório instaurado em abril. Na ocasião, moradores haviam denunciado o funcionamento de um estacionamento no local, o que também estaria prejudicando a rotina dos animais.
Para onde as corujas estão indo
De acordo com o ICMBio, esta espécie de coruja, conhecida como Coruja Buraqueira, tem hábito monogâmico. Isso quer dizer que se foram encontradas nove ninhos no terreno, deveria haver, pelo menos, 18 animais. Mas na vistoria de maio só foram vistos seis e na desta segunda-feira, quatro.
Inicio dos trabalhos
Desta vez, o terreno está sendo cercado pela Construtora CSL. De acordo com o diretor da empresa, Ricardo Saldanha, a construtora tem conhecimento deste problema e está sensível a situação das corujas.
— Quando fizeram a primeira denúncia fomos até a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). Eles nos deram algumas recomendações e seguimos todas elas. Cercamos os ninhos e sinalizamos — explicou Saldanha.
De acordo com o diretor, o tapume está sendo colocado para definir, no terreno, o que é público e o que é privado, mas as obras só devem começar no fim do ano.
— Tem um ninho que está no caminho do tapume, mas faremos um desvio —completou.
As corujas estão na época de procriação, que deve ir até agosto, quando os filhotes passam a ter condições de saírem dos ninhos.
Fonte: Diário Catarinense
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