Pesquise no blog!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Especialistas questionam uso da Ponte Hercílio Luz para carros

     Após o governador Raimundo Colombo anunciar que a Ponte Hercílio Luz deverá receber tráfego de carros quando restaurada, o novo dilema a ser resolvido são os acessos à travessia. Para especialistas, a capacidade das vias de entrada da ligação estaria ultrapassada para atender o atual fluxo de veículos de Florianópolis. 
     Na semana passada, Colombo declarou que utilizará parte dos R$ 3 bilhões de recursos financiados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para concluir a reabilitação da Hercílio Luz. 
     Segundo o levantamento feito pelo governo do Estado, a antiga travessia poderia receber 20% do número de carros da Pedro Ivo e Colombo Salles, onde passam cerca de 175 mil veículos por dia. Conforme o Departamento de Infraestrutura (Deinfra), à princípio, deve ser adquirido R$ 146 milhões de crédito. A expectativa é terminar a ponte em 18 meses. 
     Para a professora de Engenharia de Tráfego da Universidade Federal de Santa Catarina, Lenise Grando Goldner, os acessos à ponte não são adequados para o tráfego atual de automóveis. 
— Teriam que reformular as vias de entrada da Hercílio Luz. A pior situação é no lado da Ilha. As ruas (entre elas a Alameda Adolfo Konder) são estremamente estreitas e em via de mão única. Teria que reformular toda a área. A ponte seria melhor utilizada para pedestre, tráfego de bicicleta e até motocicleta ou eventual passagem de automóvel — considera a engenheira. 
     De acordo com o presidente Deinfra, Paulo Meller, a ponte foi projetada para receber cargas pesadas, como trens, metrôs e carros. Ele afirma que o estudo para tráfego de carros está em elaboração e deve ficar pronto até agosto do próximo ano. Uma das ideias é abrir as duas únicas faixas no sentido continente-ilha no horário de pico matinal e na direção contrária à tarde. Outro estudo prevê o uso da travessia para a passagem de ônibus, táxis, ambulâncias e carros de bombeiros. 
     O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, é à favor da utilização do uso da ponte para carros, mas de forma paliativa. Para ele, só a quarta ligação resolveria o problema de congestionamento. 
— Realmente precisa ser feito adaptações. Por exemplo, seria uma opção para quem vem do Continente para o Centro, mas para quem está na Beira-Mar e quer ir para o Estreito, é bastante complicado — analisa Dário. 
     O governo estadual segue com o projeto da quarta travessia. Na quarta-feira da próxima semana encerra o prazo para as empresas apresentarem propostas de obras para a nova ligação por meio do procedimento de manifestação de interesse. O PMI é uma forma de o Estado obter junto ao setor privado os estudos necessários, que serão pagos pelo vencedor da concorrência pública. 
     A previsão é que leve 18 meses entre a escolha do tipo de obra até o lançamento de edital de execução da quarta ligação. Nessa estimativa, o governo não conseguiria concretizar a nova travessia dentro do mandato. Com a Hercílio Luz, há mais chances de reduzir os problemas de congestionamento ainda nesta gestão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts Mais Vistos