A mãe da gaúcha de Alvorada que foi mantida refém pelo padrasto por 17 anos no Rio de Janeiro depôs na manhã desta quinta-feira na Delegacia da Mulher, em Porto Alegre. A mulher, de 49 anos, admitiu que a menina estava apaixonada pelo padrasto, ao ser raptada, em 1995.
Ela ainda disse que o ex-marido, o pedreiro Carlos Alberto Gonçalves, era "um bom marido e um bom homem", antes de fugir com a enteada para o Estado do Rio.
Conforme a delegada Nadine Anflor, a mãe da menina apresentou na delegacia bilhetes escritos pela garota, nos quais relata que estava apaixonada pelo padrasto e, "se pudesse, fugiria com ele".
— Fica evidente que a menina foi seduzida. Mesmo que a relação sexual tenha ocorrido de forma consentida, é estupro, porque ela tinha 11 anos de idade — pondera a delegada.
Carlos está preso, por estupro. A mulher soube do paradeiro da filha por volta das 15h30min de quarta.
— Fiquei muito feliz. Espero vê-la em breve — diz a mulher, que à época distribuiu cartazes com foto pela vizinhança.
Em quase duas décadas, ela afirma que jamais perdeu as esperanças:
— Uma cartomante me disse que ela estava viva, sofrendo e que tinha três filhos. Agora, que ela e os meus netos voltem para Porto Alegre.
Radicada em Itaboraí, a jovem ainda não sabe como agirá diante da mãe. Em entrevista a Zero Hora, ela adiantou:
— Eu disse para ela que ele (o padrasto) me assediava. Quero que ela veja o que a decisão dela causou na minha vida.
Fonte: Diário Gaúcho
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