Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) optaram por acatar as determinações do comando de greve nacional e intensificar o movimento.
A decisão, que consolida a paralisação e mantém as aulas suspensas enquanto não houver acerto entre governo e educadores, também se fortalece com a manutenção do movimento pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Nacionalmente, a manifestação dos docentes segue forte. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), das 59 universidades federais brasileiras, 53 estão sem aulas. No Estado, Furg — com exceção do curso de Medicina —, UFPel, Unipampa e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) estão sem aulas.
Apesar disso, o movimento reivindicativo de representantes de universidades diminuiu com o fim da greve dos técnicos administrativos de UFPel, Furg, UFSM e Unipampa.
— Não tenho dúvida que a saída de uma categoria enfraquece nosso movimento. Mas mantemos nossa posição de lutar pela valorização da educação — diz Daniel Luiz Nedel, diretor regional do Andes e representante do comando de greve da Unipampa.
Os grevistas negam que possa haver o cancelamento do semestre ou a perda de novos ingressos para o próximo ano. A tendência é que, caso não haja acerto, o primeiro semestre de 2013 seja usado para completar o segundo semestre de 2012.
— As pessoas sempre comentam sobre possibilidade de perda de semestre, mas isso legalmente não existe. No máximo, teremos atrasos — comenta o presidente da Associação dos Docentes da UFPel (Adufpel), Sérgio Cassal.
Na UFSM, a Seção Sindical dos Docentes (Sedufsm) marcou para a quinta-feira uma nova assembleia. Não está previsto um retorno às aulas, apenas atividades de esclarecimento sobre o movimento.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o ano letivo começou oficialmente na última segunda-feira. Devido à greve de professores e técnicos, o calendário da universidade foi atrasado em 21 dias e, para algumas disciplinas, houve recuperação de até 14 dias letivos em atraso. Agora, o calendário revisado prevê aulas até o dia 16 de janeiro.
Representantes de diversas universidades estão em Brasília ao longo da semana para buscar apoio político em busca da retomada de negociações. Os professores foram recebidos pela Comissão de Educação do Senado na quarta-feira. Na terça-feira, eles já haviam realizado uma reunião com deputados federais.
Esses encontros sinalizam para um possível entendimento. O Andes, que se manteve bastante intenso desde o início das greves, já montou uma contraproposta a ser apresentada ao governo. Nela, os valores solicitados estão dentro da margem de piso e teto estipulados na primeira proposta governista.
Os institutos federais ainda estão deliberando sobre o fim da greve. Na quinta-feira, assembleias em diversas instituições poderão sinalizar pelo retorno às atividades, o que tem sido uma tendência das reuniões.
As universidades federais estão em greve há mais de três meses. Os professores pedem reajuste salarial, mais investimentos na educação e melhoria nas condições de trabalho. O governo já ofereceu uma proposta de acerto, que foi rechaçada. Agora, os docentes pedem que novos encontros sejam marcados para atingir um acordo com a nova contraproposta.
Fonte: ZH
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