Os violentos ataques a bancos realizados na madrugada desta terça-feira, em São Francisco de Paula, na Serra, e na semana passada, em Feliz, no Vale do Caí, elevaram o número de assaltos com uso de explosivos no Estado, neste ano, a um patamar superior ao total de 2011.
São 12 ações do gênero entre janeiro e agosto, contra 10 do ano passado e oito de 2010. No episódio ocorrido na madrugada na cidade serrana, bandidos armados explodiram um caixa eletrônico da agência do Banco do Brasil e trocaram tiros com a polícia, reprisando um crime que tem apavorado pequenas cidades do Interior.
Os números mostram a força dessa modalidade de crime e preocupam o delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Embora a quantidade de ocorrências no Estado seja inferior à de vizinhos como Paraná e Santa Catarina — Estado onde em meados de junho o uso de explosivo já constava em 29 assaltos —, a situação requer providências.
— Vamos ter de mudar e nos preparar para essa nova onda de assaltos — afirma Ferreira.
Essa reação, explica o delegado, passaria por reforço no policiamento ostensivo feito pela Brigada Militar e por providências dos bancos. A vulnerabilidade na madrugada é alta, principalmente porque a maioria das ações tem como palco cidades do Interior — caso de 50 dos 67 ataques a banco contabilizados em 2012, segundo dados do SindBancários.
Ferreira entende que as instituições poderiam reforçar a vigilância noturna, blindar as máquinas e instalar equipamentos que invalidem as notas — como uma tinta especial, para manchá-las. Fora isso, o próprio Deic trabalha com estimativa de aumento de pessoal, o que "ainda tem que ser visto", segundo as palavras do delegado.
Do ano passado para cá, seis grupos foram detidos
A mudança dos criminosos para um perfil de ataques noturnos, entende Ferreira, ocorreu devido à concentração de efetivo policial durante o dia e à melhoria dos procedimentos de segurança das agências e postos bancários. Foram identificados nos três Estados da Região Sul 14 quadrilhas de assalto a bancos, mas só uma estaria trabalhando com explosivos em território gaúcho. Do ano passado para cá, afirma Ferreira, pelo menos seis grupos foram detidos.
É preciso, também, combater a matéria-prima usada nos ataques. Ações como a Operação Ágata, deflagrada pelo Exército, tentam conter o uso indevido de explosivos. As cargas normalmente são contrabandeadas do Paraguai ou desviadas de pedreiras. Só nesta segunda-feira, cem quilos de dinamite vencida foram apreendidos pelos militares em um único estabelecimento de Ametista do Sul. Também houve vistorias em Frederico Westphalen e Planalto.
Fonte: Pioneiro
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