Todos os hospitais habilitados para a realização de transplante de rim poderão usar o medicamento imunoglobulina em pacientes que apresentarem rejeição do órgão após a cirurgia. A medida do Ministério da Saúde consta da Portaria 666, que cria o Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas — Imunossupressão no Transplante Renal, publicada nesta sexta-feira, no Diário Oficial da União (DOU).
Outra novidade é a incorporação do exame C4d na tabela de procedimentos, que possibilita a identificação da rejeição aguda provocada por anticorpo no organismo do transplantado. Quando identificada, logo após a cirurgia, o paciente passa a ser medicado com imunoglobulina, o que aumenta as chances de o órgão transplantado se adaptar ao organismo do paciente. Para isso, o Ministério da Saúde destinará, anualmente, R$ 10 milhões a mais para aquisição do medicamento e para a realização do exame.
— Cerca de 30% dos transplantes de rim realizados podem apresentar rejeição. Quanto mais cedo identificarmos esse problema, melhor será a recuperação do paciente — afirma o secretário Nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães.
O medicamento estará disponível a partir de agosto, em toda rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Transplantes em números
:: Estima-se que 5.236 transplantes de rim sejam realizados em 2012, pelo SUS, 15% a mais do que em 2011, quando foram realizados 4.553 procedimentos. Levando em consideração esse dado, calcula-se que 1.571 dos pacientes podem apresentar rejeição aguda ao órgão recebido.
:: Em 2011, o Brasil atingiu recorde mundial de transplantes no sistema público de saúde. No ano passado, foram realizadas mais de 23 mil transplantes no país. Com relação ao número de pessoas à espera de cirurgia, houve redução de 23% em 2011 em relação a 2010. Para o transplante de rim houve uma redução de 14%.
:: Pela primeira vez, o Brasil ultrapassou o número de 10 doadores por milhão de habitantes. Atualmente, a média é de 11,4 doadores por milhão. Em 2003, esse número era de cinco por milhão.
Fonte: ZH
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