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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Polícia investiga possível golpe milionário a banco em Pelotas

     Uma fraude milionária está sendo investigada em Pelotas. O inquérito policial foi aberto pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul após mais de um advogado procurar a agência do Banrisul localizada no Fórum de Pelotas para receber o valor do alvará referente a um mesmo processo e terem a operação negada porque o dinheiro já teria sido liberado. A partir deste episódio, descobriu-se uma série de alvarás falsos referentes a processos que, de acordo com levantamentos preliminares, ainda estão em andamento.
     Segundo o diretor do Foro de Pelotas, José Antônio Moraes, indicado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça para dar informações sobre o caso, uma grande fraude foi comprovada. Moraes afirma que os ofícios têm nomes de magistrados, advogados e de processos verdadeiros, porém os números dos documentos e as assinaturas são falsos. "Foram alvarás pagos indevidamente, pois não correspondiam a nenhuma decisão judicial", afirma. 
     Moraes explica que alvarás são referentes a qualquer depósito em que a parte requerer intervenção de um juiz para autorizar a prática de um ato. Por isso, o valor só é liberado após a autorização de um magistrado. 
     O superintendente regional do Banrisul, Ladir Matias, disse não poder dar informações sobre o processo devido a seu caráter sigiloso, apenas garante que o banco abriu uma sindicância que está sendo conduzida pela auditoria interna e pela assessoria jurídica para apurar o caso. "O banco não pode falar sobre isso. É segredo de Justiça, de Estado. Seria leviano dar qualquer informação", afirma, garantindo que o dinheiro liberado das contas judiciais foi restituído. 
     A delegada regional, Carla Kuhn, afirma ainda não poder prestar muitos esclarecimentos sobre o caso e opta por não divulgar valores, já que ainda não se sabe há quanto tempo esta fraude vinha acontecendo e o valor total desviado das contas. Ela revela, porém, que as investigações já estão bem avançadas e que algumas partes ainda precisam ser escutadas antes do inquérito ser encaminhado ao Tribunal de Justiça – o que ela acredita que seja feito até o final da próxima semana. 
"Já se tem uma linha de investigação, várias pessoas já foram ouvidas, mas faltam alguns depoimentos", afirma.
     Funcionários do Foro de Pelotas, do banco e as pessoas que tiveram as identidades falsificadas estão sendo ouvidas. O presidente da Ordem dos Advogados de Pelotas (OAB), Marco Aurélio Fernandes, afirma que as informações preliminares sobre o caso apontam para toda uma estrutura fraudulenta, mostrando uma grande falha em todo o sistema, desde a emissão dos documentos até o pagamento.

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