Um trecho da canção "A Paz", de Gilberto Gil e João Donato, versa que, "de uma bomba sobre o Japão/fez nascer o Japão da paz" - uma alusão aos ataques sofridos pelas cidades de Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial. Já o acidente nuclear de Fukushima, ocorrido em março de 2011, parece estar fazendo um novo Japão: o das energias renováveis.
"Aprendemos muito. Temos ainda que recuperar as perdas, estimadas entre 25 trilhões e 30 trilhões de ienes [de R$ 650 bilhões a R$ 790 bilhões], mas o acidente trouxe o tema da redução de desastres para a agenda da sustentabilidade", afirmou Kuniyoshi Takeuchi, diretor do Centro Internacional de Gerenciamento de Riscos do Instituto Público de Pesquisas do Japão, em entrevista à Agência Fapesp publicada na quarta-feira, 25 de julho.
Para Takeuchi, o acidente em Fukushima fez com que a população japonesa considerasse a possibilidade de se livrar das usinas de energia nuclear. "Temos 53 reatores atualmente, que fornecem de 25% a 30% da nossa eletricidade. Porém, como o seu fechamento pode causar um grande impacto econômico no país, as já existentes deverão ser mantidas por ora", destacou.
Segundo o especialista japonês, o país vai escolher outra linha de desenvolvimento sem as usinas nucleares. "Estamos estimulando, por exemplo, o uso da energia solar. Ao mesmo tempo, promovemos a importante redução do consumo de energia elétrica junto à população", ressaltou.
Em julho, a empresa japonesa Kyocera começou a construção da maior central solar do Japão, situada na ilha de Kyushu, e que irá integrar a rede elétrica do país. Orçado em €235 milhões (R$563 milhões), o projeto terá a capacidade de 70 MW, eletricidade suficiente para 22 mil casas, além de evitar as emissões de 25 mil toneladas anuais de dióxido de carbono (CO2).
O projeto engloba outras duas empresas: a IHI Corporation, que cederá o terreno, e o Mizuho Corporate Bank, que irá financiar a operação. Ao todo, serão 290 mil painéis solares para um espaço de 127 hectares.
Fonte: Ecodesenvolvimento.org
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