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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Furtos praticados pelos filhos em troca de drogas levam pai e mãe a se mudarem de residência

     O desespero de um pai e uma mãe chegou ao ponto de denunciarem na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santo Ângelo os próprios filhos, uma adolescente de 17 anos e um jovem de 19, que segundo o casal, furtam pertences da casa em troca de substâncias entorpecentes, uma vez que ambos seriam dependentes químicos.
     O registro no órgão de segurança pública foi feito na segunda-feira. A mãe reforça que grande maioria do mobiliário da sala e eletrodomésticos foi levado pelos filhos.
     Segundo ela, de 46 anos, dona-de-casa, a situação ficou insustentável. Conforme relato feito na Polícia foram cometidos três furtos nestes últimos meses.
PRIMEIRA OCASIÃO
     Na primeira ocasião, foram levados um televisor e uma máquina de lavar roupas; na segunda, uma geladeira com freezer e um fogão a gás com botijão; e na terceira oportunidade, um jogo de sofá, uma mesa com seis cadeiras e um guarda-roupas, todos em estado novo, lamenta. Ela estima que os prejuízos estão avaliados em cerca de R$ 4,5 mil.
     A mãe, que é casada com um vigilante, de 56 anos, salienta que ela e o marido se encontram na residência do seu genro desde o último final de semana. Antes, o casal morava no bairro Boa Esperança. Diante desta situação, decidiu se transferir para a casa do genro, no bairro Aliança. 
     Ela cuida ainda da neta, de 2 anos, pertencente à sua filha que seria usuária de drogas. 
"Fomos visitar meu genro neste sábado e quando retornamos para casa nos deparamos com o imóvel praticamente vazio. Não existia mais qualquer mobiliário e outros objetos", lamenta. Por esse motivo, o casal decidiu registrar ocorrência na DP.
VÍCIO
     Ela recorda que a onda de furtos começou ainda neste ano. O rapaz já foi internado em clínicas de reabilitação por diversas vezes, sem sucesso no tratamento da dependência química. "Meu filho é viciado em crack e maconha", relata. A filha também possui os mesmos vícios do irmão, porém nunca freqüentou uma comunidade terapêutica. Agora, o casal busca intervenção do Ministério Público (MP) para que ambos sejam internados em caráter de urgência.
     A mãe reforça que os produtos de furto eram realmente trocados por drogas. No entanto, ela diz não ter suspeita de quem seriam os fornecedores das substâncias entorpecentes, "cujo caso já vem sendo investigado pela Polícia Civil". Ela acredita que momentaneamente o casal e mais a sua neta permanecerão na residência do genro, até que seja encontrada uma solução para o problema.
"Nunca esperávamos passar por esse drama", opina, em tom de desespero, a dona-de-casa. Portanto, ela recomenda às famílias que possuem filhos ou dependentes usuários de drogas, para que desde a infância eduquem as crianças evitando as "más companhias", sugere.

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