Pesquise no blog!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

"É o início de uma nova era", afirma pesquisador brasileiro da equipe que descobriu a Partícula de Deus

     A física brasileira também tem participação na possível descoberta do bóson de Higgs. Vários pesquisadores brasileiros estão incluídos entre os mais de 3,5 mil físicos de todo o mundo que trabalham nas experiências. Entre eles está Alberto Santoro, professor títular do Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integrante do grupo que opera com o CMS (sigla, em inglês, para Solenóide de Múon Compacto), um gigantesco supercondutores (é a máquina mais pesada já construída) que criam um poderoso campo magnético no interior de aceledor de partículas do Cern. Nesta entrevista por telefone desde Genebra, Santoro fala da importância anunciada hoje.
Zero Hora — O que essa descoberta representa?
Alberto Santoro — É o coroamento de um esforço de muitos anos de trabalho. Encontramos o que pode ser o bóson de Higgs, a partícula que daria massa às demais partículas que formam a matéria. Porém, ainda será preciso aprofundar os estudos, para definir todas as propriedades dessa partícula e confirmar a descoberta.
ZH — Po que foi tão difícil encontrar essa partícula?
Santoro — Porque ela só existiu após os instantes iniciais do Universo. E só foi possível recriá-la em condições muito difíceis de serem alcançadas.
ZH — O que muda para a física?
Santoro — De imediato, não muda nada. O que poderemos fazer a partir desta descoberta é comprovar como a matéria adquiriu massa, o que se imagina possa ter acontecido logo nos primeiros instantes após o nascimento do Universo. De qualquer maneira, é o início de uma nova era, que pode nos levar a novas descobertas e novos caminhos na física.
ZH — E ela terá alguma aplicação prática para o cotidiano das pessoas?
Santoro — É preciso entender que o objetivo dessas pesquisas não é influenciar a vida prática das pessoas. Porém, todo o desenvolvimento tecnológico necessário para realizar essas pesquisas acaba se refletindo em benefícios para todos. A maior parte dos instrumentos usados hoje na medicina nasceu de pesquisas no campo da física.
ZH — O senhor diria que essa descoberta já justifica os US$ 10 bilhões investidos na construção do acelerador de partículas do Cern?
Santoro — Certamente. Não só pelo conhecimento científico adquirido, mas por suas consequências para a sociedade. Basta dizer que a web (o sistema de transmissão de documentos mais utilizados na internet) foi inventada no Cern, como uma necessidade para o desenvolimento das pesquisas para o busca do bóson de Higgs.
ZH — Depois do bóson de Higgs, quais os grandes desafios que ainda restam para a física?
Santoro — Há muita coisa que ainda precisamos compreender melhor. Por exemplo, qual a semitria entre matéria e antimatéria, o que é a energia escura que supostamente está provocando a expansão do Universo, quantas dimensões existem.
Fonte: ZH

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts Mais Vistos