O presidente do Equador, Rafael Correa, rejeitou, nesta sexta-feira, a destituição do então líder paraguaio, Fernando Lugo, e afirmou que não reconhecerá o novo chefe de governo em Assunção.
— O governo do Equador não reconhecerá outro presidente do Paraguai que não seja o senhor Fernando Lugo. Já chega destas invenções na nossa América, isto não é legítimo, e não acredito que seja legal.
Seguramente, ignoraram os procedimentos.
Correa pediu à União das Nações Sul-Americanas (Unasul) a "aplicação da cláusula democrática" do grupo, que "determina não reconhecer tais governos e que prevê o fechamento das fronteiras" com os países fora do sistema democrático.
— Não sabemos o que vai decidir a Unasul, mas acreditamos que deve aplicar as sanções previstas na carta democrática e não reconhecer um governo ilegítimo, inclusive com o fechamento das fronteiras Chega de invenções (...). É preciso defender a verdadeira democracia, que se baseia na legalidade e na legitimidade. Que a Unasul tome as decisões que deve tomar — concluiu.
Entenda o caso
Ex-bispo católico, Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai em 2008. O motivo para o pedido de impeachment — proposto ao meio-dia de quinta-feira e aprovado no final da tarde desta sexta — é o "mau desempenho de suas funções".
A maior razão que levou a oposição a desencadear o processo foi a execução de seis policiais e 11 sem-terra em um confronto que ocorreu na sexta-feira da semana passada, em Curuguaty, a 250km da capital Assunção.
A Câmara dos Deputados aprovou o pedido de julgamento político para destituir Lugo — por 76 votos a um. Na sequência, o Senado confirmou a decisão final para o impeachment para as 17h30min desta sexta. A condenação dependia da aprovação de 30 dos 45 senadores (dois terços).
Fonte: Diário Catarinense
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