Parte dos 328 alunos da Escola Estadual Ensino Fundamental Nehyta Martins Ramos, no bairro Belém Novo, em Porto Alegre, está acomodada em um CTG por falta de condições de segurança no prédio da instituição. Há três semanas, a estrutura foi interditada pela Secretaria Estadual da Educação após ser constatado um problema na rede elétrica. A diretora Mara Regina Romeira lamenta a situação. Ela disse que 180 estudantes do ensino fundamental e do Educação de Jovens e Adultos (EJA) estão no espaço cedido pelo centro de tradições e outros 110 no Colégio Estadual Doutor Glicério Alves. “Os demais não estão comparecendo às aulas por causa da distância. Estamos a dois quilômetros da escola e os alunos vêm a pé, de carroça”, explicou.
De acordo com ela, não há a menor estrutura para o prosseguimento das atividades. “No CTG, tem ratos e gatos. Estamos fazendo a comida em um fogão campeiro e não temos telefone, nem internet”, reclamou. Outro problema é o frio enfrentado pelas crianças. As menores têm seis anos. A diretora avalia que será preciso recuperar, pelo menos, uma semana do ano letivo. “Professor é artista. Nós temos que administrar desse jeito”, afirmou.
Os pais dos alunos foram os responsáveis pela denúncia da estrutura do prédio à Secretaria da Educação. Cerca de 50 se reuniram com representantes da Coordenadoria Regional de Porto Alegre, nesta terça-feira, para discutir os problemas da escola. O autônomo Luciano Basseto, 39 anos, que têm dois filhos matriculados na instituição, disse que as crianças precisam de um espaço adequado para estudar. “A secretaria nos informou que a reforma custará cerca de R$ 400 mil. Considero que, em vez de gastar esse dinheiro, poderiam fazer uma escola nova”, observou.
O diretor administrativo adjunto da Secretaria da Educação, Roberto Adornes, explicou que a reforma será grande e já foi orçada em R$ 400 mil pela Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano. A Pasta está fazendo a coleta de propostas e nesta quinta-feira deve ter o nome da empresa que venceu. Por causa da emergência, será dispensada a licitação.
A duração da reforma deve ser de até 90 dias, mas à medida que as etapas da reformulação fiquem prontas, alguns alunos já poderão ocupar o prédio ao final das férias de inverno. “O prédio é da Fase e nós utilizamos como escola. As instalações são muito antigas, com fios revestidos de pano”, disse Adornes.
Fonte: Correio do Povo
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