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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Crianças que receberam rins passam por recuperação

     A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre comemora um recorde brasileiro de transplantes. Em apenas 48 horas, sete crianças ganharam um novo rim. A primeira cirurgia ocorreu na quinta-feira e a última no sábado. Os quatro meninos e as três meninas transplantados passam bem, sendo que dois deles já estão no quarto. 
     Os demais seguem a recuperação na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital da Criança Santo Antônio. O procedimento dura, em média quatro horas, e o tempo de internação dele e das outras seis crianças deve variar entre sete e 10 dias.
     De acordo com o responsável pela equipe cirúrgica dos transplantes renais pediátricos, Santo Pascual Vitola, que realizou cinco dos sete procedimentos, essa é a confirmação de que existe uma estrutura capaz de atender a demanda de pacientes. Conforme ele, o que limita o trabalho é a quantidade de doadores. 
     A chefe do Serviço de Nefrologia Pediátrica da Santa Casa, Clotilde Garcia, destacou que as famílias de quatro pessoas que faleceram conseguiram, em um momento de tristeza, ter um gesto de solidariedade e efetuar a doação de órgãos. 
     Uma das beneficiadas foi Maria Eduarda Gomes Freitas, de sete anos, que fazia diálise havia um ano e meio. “A qualidade de vida é outra. Até a cor dela já mudou”, afirmou a médica, olhando as bochechas coradas da paciente. A mãe da menina, a cabeleireira Maria Lúcia, que mora em Brasília, destacou a rapidez do processo. “Não ficamos nem um mês na lista”, comemorou.
     Sonhando com a volta para a escola em Canoas, Willian da Silva de Castro, de 14 anos, abriu um sorriso. Ele também lembrou que poderá beber água a vontade, algo tão comum para a maioria das crianças, mas que não conseguia. O garoto já havia feito um transplante anteriormente e agora planeja não voltar para a mesa de cirurgia. 
     A dona de casa Nilza Camp se emocionou ao lembrar dos nove filhos que deixou com o marido em Rondônia para vir a Porto Alegre, há três meses, com o filho Maxione, de 14 anos. Já a mãe de Fernanda Jorge, de 12 anos, não precisou mudar de cidade, mas teve a mesma sensação de alívio ao saber que a menina terá uma vida normal em pouco tempo. 
     De Brasília, a auxiliar de cozinha Maria Divina do Carmo trouxe o filho Elder do Carmo, de 12 anos, para realizar o transplante. Uma das coisas que o menino mais gostava de fazer, jogar bola, estava comprometida por causa do tratamento. Agora, ele poderá voltar aos campos e brincar como qualquer outra criança. 
     Já no quarto, Edmar de Oliveira, de 15 anos, de Santa Catarina, e Laís Dias, de 14 anos, nem pareciam ter passado por uma operação. A menina, que cursa a 6ª série, ainda aproveitou para agradecer os doadores: “Esse rim vai mudar tudo na minha vida”. 
     Mais de 100 pessoas se envolveram no processo dos transplantes, segundo Clotilde. A Santa Casa faz cerca de 40 cirurgias desse tipo por ano, desde 1977. Os procedimentos realizados em tão pouco tempo praticamente zeraram a lista de espera, que geralmente tem o nome de três ou quatro pessoas.

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