A suspeita da doença conhecida por carbúnculo, provocada por um dos tipos da bactéria clostridium que teria matado mais de 70 bovinos em duas propriedades rurais na região noroeste, em junho, acabou se confirmando através de resultado de exame laboratorial, encaminhado ontem pelo laboratório da Universidade de Cruz Alta. Porém, a análise feita nas reses não apresentou maiores detalhes, se os óbitos foram provocados pela enfermidade.
Em 19 de junho, o produtor rural Constâncio Batista que possui uma propriedade na localidade de Carajazinho, interior de Entre-Ijuís, se deparou desde a noite do dia anterior com animais mortos. Naquela ocasião, o médico veterinário da Inspetoria Veterinária e Zootécnica (IVZ) de Entre-Ijuís, Mauro Antônio Bresolin Mousquer, havia antecipado que a moléstia teria fortes características de clostridiose, que é uma bactéria que ataca os animais e se encontra solta pelo campo.
As reses precisariam ser imunizadas com vacina específica para este clostrídio, o que acabou ocorrendo somente dois dias do fato. Já no dia 20, mais três reses também foram encontradas mortas no campo.
Mauro enfatizava que havia um período pós-vacinal de 15 dias para garantir a imunidade contra essa doença. Contudo, Constâncio teria alegado que vacinou o gado cinco dias antes da mortandade. Porém, o veterinário disse que mesmo assim não estaria ainda dentro do período da efetividade da imunidade à moléstia.
REFORÇO DA DOSE VACINAL
A bactéria pode se manter viva no solo por até 15 anos e matar em questão de duas a três horas. A hipótese mais provável é que o contágio tenha ocorrido enquanto os animais se alimentavam de pastagem.
A seca que se abateu na região deve ter contribuido para o problema, uma vez que o rebanho se encontrava com imunidade baixa. "É preciso repetir a dose vacinal como reforço após um intervalo de 30 dias", reforçava o veterinário que compareceu na propriedade.
Já também no dia 19 daquele mês, mais 12 bovinos apareceram mortos em uma propriedade rural em Jóia, distante cerca de 40 quilômetros de Entre-Ijuís. O exame realizado pelo laboratório da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) também confirmou que o gado foi vítima do mesmo tipo de bactéria que matou as 59 cabeças em Entre-Ijuís.
Fonte: A Tribuna Regional
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