A família de André Sementile, 34 anos, esportista que morreu durante um salto de base jump na Noruega, deve receber as cinzas do corpo do jovem nos próximos dias. O pai de André, José Sementile, disse que a família optou pela cremação do corpo no local de sua morte. Um amigo está cuidando do caso.
— Um amigo do Rio de Janeiro, que estava com ele, está cuidando dos trâmites. As cinzas devem chegar a Santa Catarina em uma semana — afirmou José.
Segundo o pai, "ele bateu em uma pedra cerca de quatro segundos depois de saltar de um penhasco na cidade de Rauma, no norte norueguês".
André estava de férias e retornaria no dia 24. Ele havia viajado com alguns amigos para praticar o esporte.
A irmã de André, Roberta Gasparotto afirmou não ter muitas informações sobre o acidente, mas acredita que tenha sido o primeiro salto do irmão naquele dia.
— Ele estava saltando de uma montanha na Noruega (norte do país) e era quarta feira bem cedo, provavelmente seu primeiro salto do dia. Ele estava usando uma roupa conhecida como wing suit (macacão com asa) que permite que o atleta voe mais na horizontal e aproveite melhor a queda. Ainda não temos muitas informações exatas sobre o que ocasionou o acidente — informou.
André nasceu em Bauru e residia em Balneário Camboriú, no litoral catarinense. A irmã do jovem disse que ele era muito cuidadoso durante a prática do esporte e chegou a estabelecer recordes no país.
— Ele começou no paraquedismo em 1996 e era bem experiente (mais de 500 saltos de paraquedas de avião). Em 2005 ele e mais alguns atletas (20) bateram um recorde mundial saltando conjuntamente de uma ponte. O principal risco do esporte é se chocar com o objeto de que se salta — concluiu.
O "base jump" é uma modalidade de salto em penhascos e pontes e não dispõe de paraquedas reserva. O esporte é proibido no país. Essa era a terceira viagem de André a Noruega.
Entrevista há seis anos
Em entrevista ao site PQD Brasil, divulgada há 6 anos, Andrezão contou como foi bater o recorde mundial saltando de base jump da Perrine Bridge na cidade de Twin Falls, em Idaho, Estados Unidos. Segundo a irmã dele, no recorde, André saltou ao mesmo tempo com cerca de 20 atletas.
Ele também fez um salto em um evento que reuniu 140 paraquedistas — chamados de base jumpers. Sobre o esporte, Andrezão lembrou que é preciso ter rapidez para agir durante o salto e evitar acidentes:
"O base jumper tem que ser um cara que tem interesse em conhecer do equipamento, os detalhes. (...) Tem que ser um cara que goste de suar a camisa, às vezes, escalamos duas ou três horas pra fazer um salto.... É bem mais difícil que andar até o avião... Tem que ser uma pessoa de reação bem rápida. (...) O base jumper tem que ser uma pessoa que reage por instinto, sem ter que estar concentrado ou preparado, pois você nunca sabe quando e o quê vai acontecer no salto."
Fonte: A Notícia
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