Nesta quinta-feira, às sete da manhã, seis boxes de um dos cartões-postais de Florianópolis serão fechados por falta de pagamento dos aluguéis. A dívida dos comerciantes que chega a R$ 3 milhões é mais um dos impasses que rondam o Mercado Público, prédio construído há mais de cem anos e considerado o espaço mais democrático da Ilha. A licitação, que daria uma cara nova ao local, está suspensa e aguarda uma determinação do Supremo Tribunal Federal.
A medida, em caráter de urgência, foi tomada pela prefeitura como último recurso. Segundo o procurador geral do município Jaime de Souza dos 123 boxes, 56 eram devedores. Nesta quarta-feira, no final da tarde, quatro comerciantes acertaram as contas com a prefeitura.
Nesta quarta-feira, na véspera do despejo, o silêncio fez parte do trabalho daqueles comerciantes que não conseguiram deixar os aluguéis em dia. Mesmo quem pagou e saiu da lista de devedores preferiu não comentar o assunto. Em uma das lojas que deve ser fechada entre esta quinta e sexta-feira os funcionários informaram que não sabiam de nada e a gerente afirmava que não havia nenhum problema com pagamento naquele local.
A licitação dos boxes também é outro tema que não ganha espaço no Mercado. Todos preferem deixar o caso para a Justiça resolver e até lá viver um dia após o outro como se nada estivesse errado. A concorrência foi aberta no início de 2011 como a única esperança de renovar o local e disciplinar o ramo de atividade que cada box. Quem oferecesse a melhor oferta por metro quadrado, seria o vencedor. Como prevê o edital, nem os atuais comerciantes que ocupam os espaços deveriam ser privilegiados na concorrência.
Mas os vencedores nem chegaram a ser conhecidos pela população. Em setembro no ano passado a licitação foi suspensa por uma liminar do Superior Tribunal Federal (STF) que partiu da Associação de Comerciantes do Mercado Público com intuito de dar mais tempo aos comerciantes para permanecer no box. A decisão final é do ministro Dias Toffoli. Nesta semana o ministro informou ao DC, via assessoria de imprensa, que o processo está sob análise, ainda sem data prevista de julgamento.
Fonte: Diário Catarinense
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