Pesquise no blog!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Policiais fizeram oito dias de campana antes de prender suspeito de chacina

     Após oito dias de trabalhao conjunto de investigação das polícias gaúcha e mineira, os agentes comemoraram a prisão conjunta do último envolvido em uma chacina de sem-terra em março passado, em Uberlândia (MG), ao se encontrarem na manhã desta quarta-feira na sede da 1ª Delegacia de Homicídios, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no Palácio da Polícia, em Porto Alegre. O delegado adjunto Joel Wagner, da 1ª DHD do Deic, destacou a integração dos policiais no trabalho em Gravataí. Os agentes enfrentaram até frio e chuva nas campanas, dia e noite, visando monitorar a rotina do suspeito para que a ação de captura fosse realizada com êxito. “Foi um trabalho investigativo minucioso e bastante demorado." 
     O gaúcho de 25 anos foi capturado na noite de terça-feira durante operação policial em um apartamento no sétimo andar de um prédio no bairro São Luis, em Gravataí. Wagner afirmou que o criminoso ficou surpreso por ter sido preso, sobretudo na presença de policiais mineiros. Fugindo de Minas Gerais após o crime, ele retornou ao Rio Grande do Sul, onde vivem seus familiares, há cerca de um mês. Entre seus antecedentes criminais estão dois ataques a bancos de 2004, um deles contra o Banco do Brasil de Chuvisca –, além de roubos de veículos e casas.
     Wagner observou que o criminoso é “um assassino frio e extremamente perigoso”. O suspeito teria confessado a autoria dos disparos contra as três vítimas em seu depoimento dado após a prisão. O delegado Helder Paulo Carneiro, da DP de Homicídios de Uberlândia (MG), que veio ao Estado com três agentes, também destacou a parceria entre as duas corporações. “Outros quatro envolvidos no crime já haviam sido presos em Minas Gerais”, assinalou. Segundo ele, o criminoso e um dos cúmplices receberiam R$ 7 mil para cometer o crime.
Chacina
     A chacina de três integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) ocorreu na manhã de 27 de março desse ano às margens da rodovia MGC 455, em Uberlândia. As vítimas foram identificadas como Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 51 anos, e Clestina Leonar Sales Nunes, de 47 anos, líder do assentamento Rio dos Peixes. Os três estavam em um Kadett que foi interceptado na estrada. Os corpos encontrados no local. 
     O triplo assassinato repercutiu até no governo federal, pois acreditava-se que era um crime político relacionado à disputa de terras. No entanto, as investigações revelaram que as vítimas foram executadas por um grupo criminoso, agora desmantelado, que atuava no narcotráfico. O traficante de apelido Zé Roleta, que está entre os presos, suspeitava que Clestina Leonar Sales Nunes havia sido a responsável por denunciar onde se encontravam cerca de 300 quilos de maconha da quadrilha, vinda do Mato Grosso. A droga foi apreendida em uma ação policial em 2009, localizada escondida perto do assentamento.
     Para se aproximarem da vítima, os criminosos a visitaram um dia antes do crime, demonstrando interesse em engajarem-se no MLST, inclusive participado de uma janta. Na emboscada montada na rodovia, o grupo não contava que a vítima estava acompanhada do companheiro e de um familiar. No colo dela estava ainda o neto, de cinco anos, o único poupado dos diversos tiros dados contra todos dentro do veículo. A criança ficou em estado de choque e foi encontrada vagando nos matos, suja de sangue da avó. 
     Conforme as investigações, o gaúcho chegou a dar tiros de misericórdia em Valdir Dias Ferreira que, agonizando, havia saído do carro e rastejava pelo chão. Cada vítima levou dois tiros de revólver calibre 38. Após o crime, o MLST promoveu atos de protesto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts Mais Vistos