Apesar da proposta de aluguel social e da promessa de construção de 500 casas em um ano, boa parte das 280 famílias que ocuparam apartamentos em construção no Loteamento Chico Mendes não pretendem sair de forma pacífica das residências durante a reintegração de posse, marcada para esta terça-feira. Em vigília desde a última quinta, os ocupantes dizem não ter tido tempo para procurar outros locais e que a proposta de pagamento de R$ 250 mensais para 60 famílias, durante seis meses, é inviável para contemplar todos os sem-teto.
A moradora Gleci Goularte dos Reis sustenta ter se cadastrado para receber uma casa popular e entende ser injusto ter, agora, que sair do local. “Não vou sair, não tenho para onde ir e lá estão os meus dois filhos. O Conselho Tutelar diz que temos o direito de dar abrigo para os nossos filhos, não estou roubando nada de ninguém”, reclamou.
O impasse que permitiu a ocupação das residências em novembro do ano passado decorre do atraso de mais de cinco anos para o término das obras do loteamento, ainda sem infraestrutura completa, como rede elétrica e saneamento básico. A área abrange 428 residências, mas só 1/5 dos ocupantes é cadastrado para receber uma das casas do Chico Mendes.
O prefeito Vicente Pires garante, porém, que as casas populares ficarão prontas no prazo prometido aos manifestantes. “É um processo diferenciado através do Minha Casa Minha Vida, não passa pelo sistema licitatório dos órgãos públicos com obras da iniciativa privada”, considerou.
Policiais e bombeiros devem atuar na reintegração de posse, a partir das 7h. Segundo a Secretaria de Habitação de Cachoeirinha, os manifestantes invadiram habitações destinadas a outras famílias, cadastradas desde 2005 e que vivem em zonas de risco, alagadiças e de alta tensão.
Fonte: Correio do Povo
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