O artista Joe Kubert, um dos nomes mais importantes para a indústria dos quadrinhos, morreu hoje, aos 85 anos. A notícia da morte do ilustrador, conhecido por seus trabalhos com personagens clássicos da DC Comics, como Sargento Rock e Gavião Negro, foi veiculada primeiramente nas redes sociais, para depois ser confirmada por um de seus filhos, David Kubert, ao site Nj.com.
Quando ainda nem havia confirmação oficial da família, as manifestações de pesar já tomavam conta do twitter. O também desenhista Dave Gibbons, de Watchmen, declarou: "Fonte segura confirma que Joe Kubert havia estava no hospital e que faleceu. Sinto muito ouvir isso. Um grande artista e um grande homem". Depois disso, começaram as manifestações de grandes artistas dos quadrinhos, como Marc Evanier, Marc Silvestri ou Mike Deodato, todos publicando mensagens de "descanse em paz".
Em duas horas, o nome de Kubert já estava dentre os assuntos mais comentados mundialmente na rede. O tom emocionado e o grande número de homenagens da comunidade artística não é de modo algum imotivado. Kubert era uma lenda dos quadrinhos ainda em atividade. Nascido em uma aldeia judaica então pertencente à Polônia (e hoje situada em território da Ucrânia) em 1926, Kubert foi levado por seus pais com apenas dois meses de idade na mudança da família para Nova York, nos Estados Unidos. Criado no Brooklyn, Kubert começou a trabalhar ainda na adolescência, em 1938, como ilustrador, carreira que seguiria por sete décadas.
Após alguns trabalhos como colorista e ilustrador, Kubert começou a desenhar para a DC Comics (a mesma editora de Superman, Batman e Mulher Maravilha) no início da década de 1940. Em 1955, tornou-se ilustrador exclusivo da companhia, trabalhando em histórias de guerra como Sargento Rock, Ás Inimigo (ambos criados pelo próprio Kubert e pelo argumentista Robert Kanigher) e O Tanque Mal-Assombrado. Nos quadrinhos de super-heróis, Kubert faria fama com a série do Gavião Negro, personagem da DC que voa graças a um cinto fabricado de material especial alienígena. Kubert também adaptou para os quadrinhos a saga Tarzan, de Edgar Rice Burroughs, e é aclamado por muitos como o melhor desenhista que o personagem já teve.
Seu traço preciso e elegante, a cores ou em preto e branco, e suas noções dinâmicas de enquadramento e narrativa influenciariam gerações de artistas – influência que começou em casa: Andy e Adam Kubert, filhos de Joe, tornaram-se eles também artistas de quadrinhos. Kubert também foi um pioneiro em fazer dos quadrinhos uma disciplina a ser ensinada academicamente. Ele e sua esposa Muriel fundaram em 1976, em Dover, a Kubert School for Cartooning and Graphic Art (Escola Kubert de Quadrinhos e Arte Gráfica, em tradução livre).
O trabalho mais recente de Kubert foi a série Nite Owl: Before Watchmen, que conta outras aventuras do personagem Coruja, de Watchmen (criado por Alan Moore e Dave Gibbons para a série de mesmo nome, adaptada para o cinema por Zack Snyder). Kubert dividiu o trabalho com seu filho Andy, que desenhava para que o pai finalizasse a arte.
Fonte: ZH
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