O ataque atribuído a extremistas islâmicos com saldo de 16 guardas fronteiriços egípcios mortos, no domingo, coloca sob pressão o Egito, para que retome o controle do Sinai, e Israel.
O Egito, cujas autoridades haviam prometido vingar as vítimas do ataque, lançou ontem uma grande operação militar no Sinai para encontrar os responsáveis pelo ataque que tentaram se infiltrar após o atentado em território israelense, antes de serem neutralizados.
As forças egípcias anunciaram a morte de 20 pessoas, definidas como “terroristas”, durante ataques aéreos no Sinai, uma ofensiva pela qual Israel felicitou o país vizinho.
— As organizações extremistas são uma ameaça para todo o Oriente Médio, e não apenas para o Egito. Os egípcios se conscientizaram disso e decidiram agir — afirmou ontem um funcionário de alto escalão do ministério israelense da Defesa, Amos Gilad.
Esse ataque aumentou a pressão sobre o Egito para que restabeleça a segurança no Sinai, mas também pode fazer com que o Cairo exija com mais insistência uma revisão parcial do tratado de paz com Israel, que limita sua presença militar na península.
Passagem para Gaza voltou a ser fechada
Alguns egípcios temem que esse episódio agrave as relações entre o campo islâmico, do qual provém o presidente egípcio Mohamed Mursi, e o exército – surgiram divergências entre essas duas partes sobre a atitude a adotar diante do movimento islâmico Hamas, que controla a região e que é próximo a Mursi.
Quando o presidente Hosni Mubarak estava no poder no Egito, Israel podia contar com sua hostilidade contra os islâmicos palestinos. Mas agora a situação política é diferente.
— Este crime vai reforçar as instituições de segurança no Egito e lhe dará argumentos para se opor à vontade de Mursi de suavizar as restrições de saída dos palestinos de Gaza — disse Emad Gad, do centro Al-Ahram de estudos políticos e estratégicos do Cairo.
O Egito havia suavizado as condições de entrada dos palestinos em seu território, através do posto de Rafah, na fronteira com Gaza. Essa passagem foi fechada após o ataque.
Para Israel, os ataques praticados a partir do Sinai devem incitar o Cairo a tomar medidas contra os “terroristas”.
Guy Bechor, especialista em assuntos árabes, considera que a ameaça proveniente do Sinai obrigará Israel, Egito e o Hamas a cooperar entre si.
Fonte: ZH
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