Dois soldados do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) foram indiciados por tortura pela Polícia Civil. Segundo o inquérito da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), os PMs teriam invadido a casa de um reciclador de 37 anos e o espancado, em uma área invadida no bairro Cruzeiro, na manhã de 8 de maio.
De acordo com a suposta vítima, ela lavava roupas quando os policiais chegaram e lhe ordenaram para erguer as mãos e se aproximar. O homem afirma ter sido colocado de joelhos, com as mãos para trás, e questionado se era ele quem perturbava moradores da região. Com cassetetes, os PMs teriam batido nas costas, pernas e nádegas do reciclador.
A suposta violência só teria sido interrompida quando o homem mentiu, dizendo que a casa tinha câmeras de vigilância e que toda ação havia sido gravada e encaminhada para um e-mail por um servidor de internet. Os PMs teriam decidido levar o catador até uma lan house. O homem contou que os PMs não quiseram transportá-lo na viatura, obrigando-lhe a ir até lan house em sua própria moto. Os policiais teriam ameaçado matá-lo, caso fugisse.
Imagens obtidas pelo Pioneiro mostram o momento em que os PMs chegam na sala comercial com o catador. Um PM entrou no estabelecimento, circulou e saiu. Em seguida, ele voltou para a lan house acompanhado do colega e do reciclador. Em seguida, o catador abriu sua conta de e-mail e apagou e-mails que os policiais acreditavam ter imagens das agressões. A operação demorou poucos minutos. Ao final, um PM tirou a carteira do bolso do colete e pagou a lan house com R$ 5. No mesmo dia das supostas agressões, o homem procurou a Polícia Civil e registrou a ocorrência que deu início ao inquérito.
No Polícia Civil, um dos PMs se reservou ao direito de não prestar informações. O outro alegou ter ido à casa do catador porque ele estaria ameaçando funcionários de uma obra com uma faca. Pela versão do policial militar, o homem disse ter filmado o furto de uma ferramenta praticado pelos trabalhadores na propriedade e pediu que os soldados o acompanhassem até uma lan house, onde ele poderia mostrar o suposto crime, gravado por uma câmera e encaminhado para um e-mail privado. Segundo o PM, o tal vídeo não existia. O servidor nega qualquer agressão verbal ou física ao catador.
Fonte: Pioneiro
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