A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o Ministério Público do Estado e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) vão lançar uma campanha educativa para reduzir o uso de sacolas plásticas por parte dos consumidores gaúchos. A meta é "economizar" 300 milhões de embalagens plásticas nos próximos seis meses, conforme o termo de compromisso assinado nesta segunda-feira pelas três entidades.
Mas a redução será gradativa, já que uma pesquisa feita em 2011 apontou que 81% dos consumidores gaúchos eram contrários ao fim imedidato das sacolas plásticas — um resultado endossado por entidades como o Movimento das Donas de Casa do Rio Grande do Sul.
Proibição das sacolas custaria R$ 15 mensais, em média, para as famílias gaúchas
O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, lembrou a decisão judicial que obrigou a Associação Paulista de Supermercados (Apas) a voltar a distribuir gratuitamente as sacolas aos consumidores, depois de eliminar as embalagens no início do ano. Segundo Longo, se o Estado adotasse a mesma medida do varejo paulista, cada família gaúcha seria onerada em R$ 15 mensais, em média, na aquisição de sacos plásticos de lixo.
— Na prática, estaríamos transferindo a conta para o consumidor e trocando a cor do saco de lixo, de branco para azul ou preto, sem qualquer benefício ao ambiente — opina o empresário.
Longo defende o uso de "ecobags", caixas de papelão e carrinhos de compras como alternativas, mas não soluções definitivas. Ele considera que fatores como a praticidade e a modernidade, além da falta de estrutura de coleta seletiva, descarte e reciclagem do lixo, tornam a sacola plástica ainda indispensável ao cotidiano dos consumidores. Atualmente, os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões para a aquisição de 1,5 bilhão de sacolas plásticas por ano.
Lei obrigará uso de sacolas mais resistentes, capazes de carregar mais produtos
Nos próximos dias, o governador Tarso Genro deve assinar o decreto que regulamenta a Lei Estadual nº 13.272/2009, que proíbe a disponibilização de sacolas plásticas por supermercados e outras casas de comércio fora dos padrões estabelecidos pela norma nº 14.937 da ABNT. Resultado de dois meses de debates e estudos técnicos, a lei tornará obrigatório a adoção de uma sacola mais resistente, que permitirá o transporte de mais produtos em uma mesma embalagem.
Hoje, 65% das sacolas plásticas saem dos caixas sem ter sua capacidade total utilizada, e 13% dos gaúchos levam sacolas extras para outras utilizações em casa, lembra Longo. A regulamentação deverá entrar em vigor já em sua publicação, obrigando os estabelecimentos a adotarem a sacola certificada.
Fonte: ZH
Nenhum comentário:
Postar um comentário