A família do esportista brasileiro morto em um salto de base jump em Rauma, na Noruega, garante que ele era experiente. Segundo José Roberto Sementile, pai de André Gasparotto Sementile, o filho já havia saltado mais de 500 vezes de paraquedas de avião.
Andrezão, como era conhecido, era paulista, mas morava em Balneário Camboriú. De acordo com o pai, ele se tornou o primeiro instrutor de base jump no Brasil e fundou uma escola para ensinar este esporte.
A irmã Roberta Gasparotto Sementile conta que a família não recebeu informações oficiais sobre o acidente. A morte foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores.
Andrezão morreu aos 34 anos na última quarta-feira, dia 18 de julho. A irmã do paraquedista conta que ele já fez um salto de um brinquedos do Beto Carreiro conhecido como "torre".
Em entrevista ao site PQD Brasil, divulgada há 6 anos, Andrezão contou como foi bater o recorde mundial saltando de base jump da Perrine Bridge na cidade de Twin Falls, em Idaho, Estados Unidos. Segundo a irmã dele, no recorde, André saltou ao mesmo tempo com cerca de 20 atletas.
Ele também fez um salto em um evento que reuniu 140 paraquedistas — chamados de base jumpers. Sobre o esporte, Andrezão lembrou que é preciso ter rapidez para agir durante o salto e evitar acidentes:
"O base jumper tem que ser um cara que tem interesse em conhecer do equipamento, os detalhes. (...) Tem que ser um cara que goste de suar a camisa, às vezes, escalamos duas ou três horas pra fazer um salto.... É bem mais difícil que andar até o avião... Tem que ser uma pessoa de reação bem rápida. (...) O base jumper tem que ser uma pessoa que reage por instinto, sem ter que estar concentrado ou preparado, pois você nunca sabe quando e o quê vai acontecer no salto."
Por telefone, o pai de André, José Roberto Sementile, 63 anos, que mora em Balneário Camboriú há seis anos, conversou com o Diário Catarinense sobre o acidente e a trágica morte do filho.
Diário Catarinense — O senhor já sabe como foi o acidente?
José Roberto Sementile — O que aconteceu exatamente eu não sei. Ele viaja para fora do Brasil, salta de paraquedas, de montanha, em base jump. Ele deu várias matérias sobre o base jump, dava curso.
DC — E a causa do acidente, imaginas?
Sementile — A causa é difícil explicar. Ele salta montanha, usa uma roupa, um macacão que nem uma roupa de morcego. Ele salta da montanha, vai planando, pega a velocidade e vai embora. Nesse salto que ele deu, eu não sei por quê, se foi o vento, alguma coisa, que ele bateu na montanha e morreu. É difícil explicar.
DC — Era demonstração que ele estava fazendo?
Sementile — Ele estava passeando lá, fazendo saltos. Vai de montanha em montanha saltando. Foi dia 24 de junho e ia voltar dia 24 de julho. Na quarta-feira (18) sofreu o acidente.
DC — Estava sozinho ou com mais amigos brasileiros?
Sementile — Foram vários amigos para lá e foram voltando. Quando sofreu o acidente estava com mais um amigo do Rio de Janeiro.
DC — A família não achava um esporte de alto risco, perigoso?
Sementile — É um esporte muito arriscado, acho que o mais arriscado que tem. Ele é conhecido como o pai do base jump no Brasil. Ele ficou mais ou menos um ano nos Estados Unidos, onde fez cursos lá de paraquedista e base jump. Tem centenas de pessoas que praticam o base-jump que foi ele quem treinou.
Fonte: A Notícia
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