Homem-pássaro, o voador com roupa de morcego. É assim que são conhecidos os poucos praticantes de base jump, o salto de paraquedas de objetos fixos. E é assim que será lembrado para sempre André Gasparoto Sementile, o Andrezão. Aos 34 anos, o morador de Balneário Camboriú, no litoral Norte catarinense, morreu na quarta-feira em um salto em Rauma, Norte da Noruega e conhecido cenário montanhoso da prática desse esporte radical.
A morte de André foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores. O pai, José Roberto Sementile, que também mora em Balneário Camboriú, disse que a família encontrou dificuldades para fazer o traslado do corpo e, por isso, optou pela cremação na Noruega. As cinzas devem chegar ao Brasil em uma semana, acredita o pai.
André era instrutor de base jump, esporte que praticava havia 17 anos. Natural de Bauru (SP), se formou em engenharia elétrica pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), trabalhou em Jaraguá do Sul e era dono de uma imobiliária em Itajaí.
Por telefone, o pai de André, José Roberto Sementile, 63 anos, que mora em Balneário Camboriú há seis anos, conversou com o DC sobre o acidente e a trágica morte do filho.
Diário Catarinense — O senhor já sabe como foi o acidente?
José Roberto Sementile — O que aconteceu exatamente eu não sei. Ele viaja para fora do Brasil, salta de paraquedas, de montanha, em base jump. Ele deu várias matérias sobre o base jump, dava curso.
DC — E a causa do acidente, imaginas?
Sementile — A causa é difícil explicar. Ele salta montanha, usa uma roupa, um macacão que nem uma roupa de morcego. Ele salta da montanha, vai planando, pega a velocidade e vai embora. Nesse salto que ele deu, eu não sei por quê, se foi o vento, alguma coisa, que ele bateu na montanha e morreu. É difícil explicar.
DC — Era demonstração que ele estava fazendo?
Sementile — Ele estava passeando lá, fazendo saltos. Vai de montanha em montanha saltando. Foi dia 24 de junho e ia voltar dia 24 de julho. Na quarta-feira (18) sofreu o acidente.
DC — Estava sozinho ou com mais amigos brasileiros?
Sementile — Foram vários amigos para lá e foram voltando. Quando sofreu o acidente estava com mais um amigo do Rio de Janeiro.
DC — A família não achava um esporte de alto risco, perigoso?
Sementile — É um esporte muito arriscado, acho que o mais arriscado que tem. Ele é conhecido como o pai do base jump no Brasil. Ele ficou mais ou menos um ano nos Estados Unidos, onde fez cursos lá de paraquedista e base jump. Tem centenas de pessoas que praticam o base-jump que foi ele quem treinou.
Fonte: Diário Catarinense
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